É bem conhecido um episódio da vida de São Luis Gonzaga em que perguntaram a um grupo de jovens, entre os quais estava o santo, o que fariam se o mundo estivesse por acabar naquele dia. Uns respondiam que iriam se confessar, outros que iriam ficar com suas famílias, outros, ainda, que rezariam mais. Ao chegar a vez de São Luis, ele piedosamente respondeu que continuaria o que estava fazendo. Esta resposta, além de inesperada, possui um aspecto curioso. Nem mesmo o fim do mundo redirecionaria sua atenção a algo mais importante? Com isso, somos levados a entender a sua vida: ele já estava a fazer a coisa mais importante possível.
De fato, esta é a característica que podemos dizer ser própria dos santos: a sabedoria de compreender o que é o mais importante, o que é o unum cecesarium - o único necessário (cf. LC 10, 42). O sábio é aquele que sabe o que vale a pena ser amado. O enólogo, por exemplo, é aquele que tem a ciência dos vinhos, que sabe escolher o que vale a pena ser adquirido. Sua sabedoria delimita-se às vinícolas. No entanto, os santos são aqueles que podemos chamar de sábios por natureza, pois eles sabem o que vale a pena ser amado acima de tudo: o próprio Deus. Mas isso é mais do que um conhecimento teórico. É uma Verdade que ilumina as suas vidas. Auxiliados pela graça divida, eles enxergaram que só uma era a finalidade para a qual foram criados, vira que só existiam para uma coisa: unir-se a Jesus pela caridade.
O exemplo de São Luis nos faz entender que a santidade não está tanto na obra, mas no Amor com que ela é realizada. O padre Jean-Pierre de Caussade, sacerdote francês do século XVII, explica-nos que "a santidade reduz-se toda a uma só coisa - a fidelidade à vontade de Deus". Ser fiel a ela e amá-la acima de tudo. Mas como se dá isso? O que significa, na prática, ser fiel à vontade de Deus?
São duas as formas: uma mais ativa e outra mais passiva. Claro, em todo o tempo. é uma constante união da nossa vontade à bondosa graça de Deus. Explica ainda o padre que a prática ativa da fidelidade consiste no cumprimento de nossas obrigações - quer no seguimento dos mandamentos, quer nas nossas obrigações de estado (ora, não é conveniente a uma mãe de família querer viver como um monja carmelita. Isso, no entanto, não quer dizer que mesmo a mãe de família não deve encontrar momentos no seu dia para a oração e que nos seus deveres de estado não pode unir seu coração ao coração de Jesus e amá-lo na realização de suas obrigações mas antes o contrário). O exercício passivo consiste na aceitação amorosa de tudo o que Deus nos envia a cada instante. As contrariedades de nosso dia são caminho para a maior união com Jesus. Desta forma, vamos abandonando-nos à providência divina.
Seguindo, portanto, o exemplo dos santos, buscando diariamente a meditação das Sagradas Escrituras, a recitação do santo terço, a frequência nos sacramentos e buscando a santificação de nossa vida ordinária, iremos, como diz Santa Teresinha do Menino Jesus, "dar passos de gigante", crescendo assim cada vez mais no amor ao Bom Deus.
Fonte! Meditação do Seminarista do 3º Ano do Discipulado Marcelo Payeras, de janeiro de 2021, do Seminário Maior de Viamão (campanha amigos do Seminário).
Créditos da arte! https://www.vaticanus.com.br
Esta é uma publicação da PASCOM - Pastoral da Comunicação da Paróquia Santa Hedviges, de Alvorada (RS).
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