
Diácono Matias Kipper
Fui
criado em uma família de agricultores, no interior do município de
Vista Alegre, lugar onde nasci; e desde pequeno quis ser padre. Meus
pais contam que, quando eu era pequeno, estávamos na festa da comunidade
e os seminaristas assim como o padre estavam participando conosco.
Enquanto voltávamos para casa, pedi a meus pais o que eu tinha de fazer
para ser padre. Eles ficaram um tanto surpresos com a pergunta, mas
explicaram que deveria ir para o seminário. Desde aquele momento, sempre
quando me perguntavam sobre o que queria ser quando crescer, respondia:
quero ser padre. Quando tinha idade suficiente fui fazer o estágio, em
2005.
Lembro que fiquei muito empolgado e cada vez mais decidido a
entrar no seminário. Em 2006, fiz um novo estágio. Em 2007, com 13 anos,
ingressei no seminário Nossa Senhora Medianeira, no primeiro ano do
ensino médio, na Escola Estadual Técnica José Cañellas e concluí o
ensino médio em 2009. Já em 2010 cursei o propedêutico. Nele o estudo
era no próprio seminário, localizado no Bairro Aparecida, numa casa
alugada. Também neste ano fiz um mês de estágio, na paróquia de Vicente
Dutra, com o Padre Tiago Wolmann. No ano de 2011, comecei a cursar a
faculdade de filosofia, na Universidade Regional Integrada - URI. Nos
mudamos para outra casa, a qual é hoje a residência episcopal, que na
época funcionava como seminário maior de filosofia.
No final daquele ano
eu e minha mãe sofremos um grave acidente de carro, durante o início
das minhas férias. Acompanhei-a até o hospital em Erechim. Ela havia
fraturado duas vértebras da coluna, sendo necessária a reconstituição de
uma e a imobilização de ambas, ficando internada por 5 dias. Ela
necessitou de cuidados especiais, por quase 3 meses. Necessitava que
alguém a conduzisse para todos os lugares. Não poderia fazer nenhum
movimento brusco. Durante o tempo da internação da minha mãe, meu pai
teve que ser internado, com suspeita de AVC, o que com a graça de Deus
não se confirmou. Quando cheguei em casa, vendo a situação em que nos
encontrávamos, liguei imediatamente para meu reitor e diretor
espiritual, e decidi que iria sair do seminário para cuidar deles. Não
tinha como deixá-los naquela situação. Em casa, auxiliei meus pais,
minha irmã com seus 9 anos e minha avó que posteriormente veio a falecer
em outubro daquele ano. Fiquei fora do seminário cuidando da minha
família, em 2012.
Nesse tempo, além de estreitar muito os laços com meus
familiares, também amadureci muito minha escolha vocacional. A decisão
era retornar ao seminário. Tive a oportunidade de ir para o exército,
pois havia conhecido um coronel do exército, enquanto cuidava da minha
avó no hospital. Isso, porém, não era a vontade de Deus e, no ano de
2013, retornei ao seminário para continuar minha caminhada vocacional.
Conversando com meus formadores sobre o retorno, fui informado que não
poderia regressar para Frederico Westphalen, mas teria que recomeçar o
curso em Passo Fundo, pois a URI havia encerrado o curso de filosofia.
Assim comecei a cursar filosofia na cidade de Passo Fundo, no Instituto
de Filosofia Berthier - IFIBE, nos anos de 2013, 2014 e 2015. Também
realizei trabalhos pastorais no Bairro Victor Issler, dentre os quais
catequese e liturgia; também auxiliávamos nos diversos movimentos e na
pastoral hospitalar. Fui auxiliar dos Vicentinos, com os quais encontrei
muita força na caminhada. No
ano de 2015, fomos informados que a teologia não seria mais cursada em
Passo Fundo, mas passaríamos a estudar na Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS, em Porto Alegre, e moraríamos em
Viamão, cidade próxima.
Devido à mudança, no ano de 2016, comecei o
curso de teologia na respectiva universidade e nela permaneci até o
final deste ano. Neste meio tempo, com o intuito de nos aprofundarmos
mais nas diversas realidades pastorais, auxiliávamos em paróquias da
Diocese de Novo Hamburgo. Trabalhei por 2 anos na paróquia São Jorge,
Bairro Campina, na cidade de São Leopoldo, na paróquia São Luiz Gonzaga,
Catedral Basílica Diocesana, em Novo Hamburgo, onde exerci meu
ministério de diácono. É uma grande alegria que agora, já tendo
terminado esta etapa de formação, começarei a exercer o meu ministério
na paróquia Nossa senhora Aparecida, em Tenente Portela, comunidade de
origem dos meus pais. Espero que eu possa ser sinal e instrumento de
Jesus Cristo e de sua amada Igreja, junto às pessoas que me forem
confiadas. Assim pretendo retribuir o muito que tenho recebido.
O lema
que orientará a minha vivência sacerdotal é retirado do Evangelho
segundo São João 8,32: “Veritas Liberabit Vos” - “A verdade vos
Libertará”. Jesus Cristo é a Verdade encarnada. É no reconhecimento
dessa Verdade que encontramos a plena liberdade e o sentido de nossa
vida. É nessa realidade, no encontro da plena verdade, que podemos
conformar e orientar o nosso caminho, as nossas escolhas, refletindo
assim a opção que fizemos ao decidir sobre o chamado recebido
gratuitamente da bondade e misericórdia de Deus.
Fonte! Site oficial Atos 29 Católicos Apaixonados por
Cristo: https://www.atos29apaixonadosporcristo.com/noticia/619537/conheca-a-trajetoria-vocacional-dos-4-diaconos-que-serao-ordenados-neste-sabado?fbclid=IwAR0E50ga4v4HmBTuzrjVNp9D3dc87hZRU_l0SVnyIyCQaUF2cXjjywPN4Mo
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