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Da esquerda para a direita: o sobrinho do senhor Tutu, padre José Bernardino, e os filhos dele, padre Manoel Luiz e padre Antônio Rodrigues de Sousa | Arquivo pessoal / Padre Manoel Luiz Rodrigues de Sousa |
“O meu pai tinha apenas 16 anos. Naquele período, tinham as chamadas santas missões com os frades. O frei Peregrino [capuchinho] foi pregar a santa missão em Itabi e, no final das missões, deixou como um encargo para os homens rezarem o terço todos os meses. Era o dia 8 de setembro”, contou à ACI Digital o padre Manoel Luiz, que desde fevereiro do ano passado está em missão na diocese de Barreiras (BA).
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Antônio Menezes de Souza, o senhor Tutu. Arquivo pessoal / Padre Manoel Luiz Rodrigues de Sousa |
O sacerdote disse que aquele grupo de homens “começou a se encontrar para rezar o terço conforme tinha pedido o frade” e, “hoje, é algo que realmente faz parte da cidade”.
De 1936 até hoje, o Terço dos Homens se espalhou, na verdade, por todo o Brasil e se organizou como um movimento nacional, tendo como bispo referencial o arcebispo de Juiz de Fora (MG), dom Gil Antônio Moreira. Segundo o movimento, há grupos nas 279 dioceses e arquidioceses do país.
Em abril de 2023, foi sancionada a lei 14.558 que cria o Dia Nacional do Terço dos Homens, a ser celebrado todo dia 8 de setembro, festa da Natividade de Nossa Senhora e data em que surgiu o primeiro grupo do Terço dos Homens, em Itabi.
Anualmente, o movimento também faz a Romaria Nacional do Terço dos Homens ao Santuário de Aparecida (SP), a maior romaria que o santuário recebe todos os anos. No ano passado, mais de 80 mil pessoas participaram.
Neste ano, em sua 17ª edição, a romaria acontecerá de 14 a 16 de fevereiro, com o tema “Terço dos Homens: somos peregrinos da esperança” e o lema “Fortes na fé, alegres na esperança” (Romanos 12,12). A programação conta com adoração ao Santíssimo Sacramento , atendimento de confissões, missas, palestras, procissões e a reza do terço.
No ano passado foi a primeira vez que o grupo do Terço dos Homens de Itabi, o primeiro do país, participou da romaria a Aparecida.
Para o padre Manoel, “como fruto de tudo isso, Itabi é uma cidade que tem uma vivência religiosa muito forte”. “Inclusive na minha casa, com pais muito religiosos, somos dois padres, eu e meu irmão caçula”.
O sacerdote foi o primeiro padre da diocese de Propriá nascido na diocese. “Na diocese de Propriá, criada em 1960, eu fui o primeiro padre filho da diocese a ser ordenado na diocese depois de 22 anos [em 1982]. Depois de mim, veio meu irmão e tantos outros, que a diocese tem um bom número de padres e vocações”, disse.
“Então, tudo começou ali, do terço, da oração a Nossa Senhora”, acrescentou.
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O padre Manoel contou que seu pai, que morreu aos 91 anos, “até o último momento enquanto pôde não deixou de participar do terço, além de ser membro do apostolado da oração e muito fervoroso nessa devoção ao Sagrado Coração de Jesus”.
Dos nove filhos que o senhor Tutu teve, seis são homens. E o pai costumava levar todos para a oração do terço na igreja. “Isso era sagrado”, disse o padre Manoel.
Para o sacerdote, “sem dúvida alguma”, o testemunho de vida e a vivência de fé e oração de seu pai foram um incentivo para o seu despertar vocacional e o de seu irmão.
Além dos padres Manoel e Antônio, a família tem também outras vocações sacerdotais e religiosa. “Tenho dois primos que são padres e uma tia que era irmã”, contou o padre Manoel.
Um de seus primos é o padre José Bernardino de Santana Filho, da arquidiocese de Aracaju (SE). O outro, “primo de segundo grau”, é o padre Vagner de Souza, da diocese de Santos (SP).
A tia de padre Manoel, irmã Maria de Deus, foi da congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, a mesma a que pertenceu santa Dulce dos Pobres. “Ela foi companheira de noviciado, em São Cristóvão (SE), de irmã Dulce”. A irmã Maria de Deus “viveu quase toda a vida dela em um hospital em Salvador (BA) trabalhando como enfermeira e conviveu com a irmã Dulce”, contou o padre Manoel.
“Não tenho dúvidas de que o terço ajude a família”
Aos 42 anos de sacerdócio, o padre Manoel Luiz disse que, em todas as paróquias que passou, “tinha esse movimento” do Terço dos Homens.
O padre contou que busca motivar o Terço dos Homens, “porque ao longo dos anos vão perdendo um pouco. Mas, eu tento mostrar qual é a origem, incentivo a rezar, orientar, estimular, porque acho que é uma coisa muito boa”.
“Não tenho dúvidas de que o terço ajude a família a ser mais unida e superar tantos problemas que aparecem. A oração não isenta dos problemas e dificuldades, mas dá força para ir superando”, disse.
O padre Manoel Luiz deixou uma mensagem de perseverança a todos os tercistas do Brasil.
“O que falo para os homens: perseverem. Mesmo que seja um grupo pequeno, o fermento é sempre pouco e a massa maior, mas, se o fermento é bom, ele contagia toda a massa e a faz crescer. Perseverança e certeza de que a presença da Mãe de Deus vai nos fortalecer e nos mostrar o caminho que nos conduz ao seu Filho Jesus, porque Maria nos leva a Jesus e, em Jesus nos encontramos na filiação divina, portanto participantes da glória de Deus”.
Fonte! Publicação de Natália Zambrão, em ACD Digital, em 12 de fevereiro de 2025: https://www.acidigital.com/noticia/57420/fundador-do-terco-dos-homens-teve-dois-filhos-padres
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