A Arquidiocese de Porto Alegre dá seguimento a ordenação sacerdotal dos diáconos da turma de 2024. A Paróquia Santa Hedviges, em Alvorada, acolherá a comunidade para celebrar o ingresso ao ministério ordenado do candidato Marto de Souza Vilaza, 28 anos, no dia 7 de junho. O arcebispo de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler, preside a Santa Missa, que tem início às 20h.
Confira entrevista com o diácono Marto Vilaza:
Quais são as suas primeiras lembranças de vivência na Igreja?
Diácono
Marto - Meus familiares e eu, já moramos na Lomba do Pinheiro - bairro
de Porto Alegre -, Viamão, Barão do Triunfo e, agora, Alvorada. Desde
pequeno, acompanhava minha mãe na igreja participando das missas,
celebrações da palavra, novenas, entre outras atividades da comunidade.
Por conta dessa vivência, sentia a necessidade de me envolver cada vez
mais, pois me isso me realizava.
Em
meio a tantas comunidades que participei, por conta das mudanças de
cidade, numa de Viamão, fui chamado à atenção. Ao chegar numa pequena
comunidade da Paróquia São João Maria Vianney (2003), ficava encantado
pela atitude do padre que acolhia calorosamente a cada um que chegava
dando um abraço e puxando assunto. Ele conhecia e se importava com seu
rebanho. E sentia no meu coração o desejo de imitá-lo. Depois de Viamão,
me mudei para Barão do Triunfo, lugar simples, interior, com missas que
ocorriam só uma vez por mês. Lá, não só acompanhava minha mãe, como
também procurava ajudar no que fosse necessário nas celebrações e em
outros momentos de oração da comunidade.
A sua família apoiou a decisão de ingressar no Seminário?
Diácono Marto - Sim, desde o início quando falava que queria ser padre,
meus familiares deram apoio. Quando decidi entrar no seminário, minha
mãe ficou realizada. Minha irmã e meu pai, brincaram comigo dizendo que
dariam dois meses para eu voltar para casa (passaram-se 12 anos).
Como foi a reação dos amigos à decisão de entrar no Seminário?
Diácono
Marto - Não chegou a ser uma novidade, pois seguidamente eu falava
nisso ou dava sinais de que essa era a minha vontade. Tanto que no final
do Ensino Fundamental eu brincava de celebrar os casamentos dos colegas
que estavam namorando ou ficando.
Quais lembranças mais marcantes do período na filosofia e teologia?
Diácono
Marto - Na verdade, o período que foi mais marcante na minha caminhada
de seminário foi o Ensino Médio. Tenho muito carinho por essa etapa da
formação, pois nela aprendi o sentido de pertença não só ao seminário,
mas a Arquidiocese a qual eu pertenço. Tínhamos momentos sadios de
convivência (Jogos, Filmes, passeios, Chimarrão ao pôr do sol),
trabalhos internos e externos às vezes além do horário (mas fazíamos com
gosto, pois era a nossa casa), incentivava-se momentos de oração não só
em grupo, mas individual (um cultivo da identidade do padre diocesano),
a relação dos estudos (eu tinha muita dificuldade por vir do interior e
ingressar numa escola particular – Dom Feliciano) a amizade que se
criou com colegas da escola, a iniciação nos estudos de música (Teclado e
canto). Enfim, o próprio ambiente do seminário de Gravataí é muito
acolhedor e único.
Na filosofia,
tive muitas dificuldades com os estudos acadêmicos. Brinco que foi um
deserto que tive que atravessar para a terra prometida que era a
teologia. Mas algo que guardo com muito carinho são as atividades
pastorais as quais eu colocava em prática o que rezava e estudava.
Sentia que ali, em meio às comunidades, eu realizava o chamado ao
sacerdócio.
A Teologia me marcou
por alguns acontecimentos bem pontuais. Em 2018, iniciei a pós-graduação
em música litúrgica. É possível dizer que a minha relação com a música
permeia toda a minha caminhada de seminário. E sou muito grato pela
formação por ter me incentivado nesta área. Também, no mesmo ano, tive a
oportunidade de fazer um curso de fotografia religiosa que me abriu os
olhos para um outro horizonte (favorecendo, futuramente, a auxiliar -
tanto no seminário como nas paróquias que passei – na área da
comunicação visual). Em 2019, no período das férias de verão, perdi meu
pai para um infarto. Mas nesse ocorrido, pude compreender melhor para
qual família eu estava entregando minha vida. A maioria dos meus colegas
de seminário, padres e bispos estiveram comigo e isso me fez entender o
sentido da comunhão eclesial. Minha família e eu não estávamos sozinhos
e isso nos deu força. Em 2020, com a necessidade de reacender o ardor
pelo chamado de Deus e continuar minha caminhada vocacional com mais
convicção, iniciei um estágio formativo dando uma pausa na formação
acadêmica. Esse período acabou coincidindo com o início fatídico da
Pandemia, o qual tivemos que adaptar a nossa vida e o nosso agir
pastoral.
Quais sacerdotes marcaram a sua caminhada de fé na Igreja?
Diácono Marto – Muitos padres fazem parte da minha história. É até injusto fazer citações pois poderia deixar alguém de lado.
- Um padre (religioso) que não sei o nome, foi quem me cativou numa capelinha de Viamão;
- Pe. Miguel Schäfer pároco (Cerro Grande) que me incentivou e levou
para o seminário. Ele dava um belo testemunho, nos interiores que ele
atendia, rezando a 7ª missa do final de semana como se fosse a primeira.
- Pe. Edson Stein que minha família já tinha um carinho enorme por ele
acompanhar minha irmã num período complicado e depois foi meu primeiro
formador no Ensino Médio.
- Entre outros padres formadores e párocos de origem e pastoral.
Paróquias onde realizou pastoral
2014 - Propedêutico - Catedral Mãe de Deus - Porto Alegre
2015 - 2016 - Coração de Jesus - Porto Alegre
2017 - 2018 - Equipe Kairós
2019 - Sagrado Coração de Jesus - Alvorada
2020 - Senhor Bom Jesus - Porto Alegre
2021-2022 - Paróquia Nossa Senhora de Belém - Porto Alegre
2023 - Paróquia Santa Luzia - Canoas
2024 – Paróquia Nossa Senhora do Livramento – Guaíba
Entrevista em vídeo: https://youtu.be/QUfZXo8Yde8
Fonte! Sítio Oficial Facebook da Arquidiocese de Porto Alegre, em 31 de maio de 2024: https://www.facebook.com/arquipoa
Esta é uma publicação da PASCOM - Pastoral da Comunicação da Paróquia Santa Hedviges, de Alvorada (RS).
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