Ontem, dia 22 de janeiro, a Santa Missa das 19h na nossa Igreja Matriz, contou com o celebrante Dom José Clemente Weber - Bispo emérito de Santo Ângelo, e um dos capelães do Santuário Nossa Senhora de Fátima de Porto Alegre.
Dom José Clemente Weber retornou ao Santuário Nossa Senhora de Fátima em março de 2019, onde já tinha trabalhado de 1984 a 1987.
Agradecemos a presença de Dom José Clemente por trazer a Palavra de Deus na nossa comunidade. Abaixo estão os registros fotográficos da Santa Missa de ontem na Igreja Matriz.
Esta é uma publicação da PASCOM - Pastoral da Comunicação da Paróquia Santa Hedviges - Alvorada / RS.
Uma freira mártir em rito satânico, o médico dos pobres da Venezuela e a primeira noiva beata da história da Igreja
Entre
os incríveis santos do nosso tempo não faltam testemunhos
particularmente surpreendentes, seja de quem entregou a vida a Deus
vivendo em plenitude a sua fé no cotidiano, seja de quem enfrentou
desafios extremos em nome da fé.
Dos muitos casos inspiradores,
recordamos neste Dia de Todos os Santos três processos atuais de
canonização: o de uma freira assassinada durante um ritual satânico, o
do médico dos pobres da Venezuela e o da primeira noiva beatificada na
história da Igreja.
Beata Irmã Maria Laura Mainetti, martirizada em ritual satânico
Em
junho de 2021, os sinos das igrejas de toda a diocese italiana de Como
repicaram juntos para simbolizar a alegria do povo de Deus com o
reconhecimento da nova beata, que havia sido covarde e selvagemente
assassinada a facadas por três criminosas menores de idade, em 6 de
junho de 2000, durante um ritual em que as adolescentes pretendiam
oferecê-la ao diabo. A cerimônia de beatificação foi presidida pelo
cardeal Marcello Semeraro, prefeito da Congregação para as Causas dos
Santos, com a participação presencial de 2.500 fiéis no estádio da
cidade de Chiavenna.
A irmã Maria Laura era superiora da
Comunidade das Filhas da Cruz no Instituto Maria Imaculada de Chiavenna,
dedicado ao auxílio de jovens em dificuldades sociais. Ela tinha 60
anos quando sofreu o martírio. Enquanto recebia as punhaladas, a freira
rezava a Deus pedindo perdão para as suas assassinas.
O nome de
batismo da religiosa era Teresina Mainetti, nascida em 1939 e décima
filha do casal católico Stefano Mainetti e Marcellina Gusmeroli, da
região italiana da Lombardia. Entrou para a congregação das Filhas da
Cruz em agosto de 1957, aos 18 anos. Dois anos depois, emitiu seus votos
religiosos, adotou o nome religioso de irmã Maria Laura e começou a
trabalhar como educadora em diversas escolas da congregação. Foi nomeada
superiora de sua comunidade em 1987. A irmã perseverou na vocação
durante 43 anos, transcorridos entre o dia da sua entrada na congregação
e a noite em que entregou a vida a Deus enquanto as suas assassinas se
iludiam acreditando entregá-la ao diabo.
A
religiosa italiana foi assassinada com 19 facadas na noite de 6 para 7
de junho de 2000, no norte da Itália, por três criminosas menores de
idade que premeditaram e executaram o ato aberrante e abominável como
parte de um rito satânico. As três jovens assassinas a enganaram
simulando um pedido de socorro: uma delas ligou para a irmã Maria Laura
dizendo estar grávida e necessitada de auxílio. Embora passasse das 10
horas da noite, a religiosa resolveu encontrá-la por causa da aparente
urgência do caso, que demandava resposta imediata.
Quando chegou
ao parque no qual estava marcado o encontro, a irmã foi golpeada na
cabeça e, em seguida, fragilizada e sem conseguir defender-se, foi morta
a punhaladas por Milena De Giambattista (16 anos), Ambra Gianasso (17) e
Veronica Pietrobelli (17). As três criminosas menores de idade
perpetraram esse crime brutal, conforme a sua própria confissão, em
tributo ao diabo.
As
assassinas relataram que, enquanto sacrificavam a religiosa, ouviam
músicas de Marilyn Manson. O ritual, porém, não saiu como elas
pretendiam, já que deram 19 facadas na irmã Maria Laura, uma além das 18
que pretendiam desferir. O número tinha sido definido porque cada uma
das assassinas daria 6 punhaladas, configurando juntas, assim, o símbolo
666, ao qual é associado o demônio no livro do Apocalipse.
Sobre o
motivo do crime que chocou a Itália profundamente, as criminosas
contaram que tinham feito um pacto de sangue entre si e com o diabo e
que, em decorrência, sacrificariam a ele o pe. Ambrogio Balatti,
sacerdote local. Devido à força física do padre, que provavelmente
resistiria ao ataque, elas mudaram os planos e “escolheram” em seu lugar
a irmã Maria Laura. As adolescentes foram julgadas e presas, e,
cumprida a pena, trocaram de identidade. Não se tem informação pública
sobre a sua atual localização.
Na época dos fatos, a mídia
italiana divulgou um testemunho das jovens criminosas no qual declaravam
que a irmã Maria Laura chegou a se ajoelhar e a juntar as mãos em
oração, enquanto era esfaqueada, para implorar a Deus que perdoasse as
assassinas.
Na Santa Missa que foi celebrada pelos 20 anos do
assassinato da religiosa, dom Oscar Cantoni, bispo de Como, recordou
sobre esta extraordinária representante dos santos do nosso tempo:
“Ela
se entregou a todos, de diferentes formas. Alguns meses antes da sua
morte, havia escrito: ‘Precisamos estar disponíveis para todos os
outros, a ponto inclusive de dar a vida como Jesus’”.
Beata Sandra Sabattini, a primeira noiva em processo de canonização na história da Igreja
Outra
surpreendente representante dos santos do nosso tempo é a jovem Sandra
Sabattini, falecida aos 22 anos e beatificada há poucos dias, em 24 de
outubro de 2021, também pelo cardeal Marcello Semeraro, prefeito da
Congregação para as Causas dos Santos.
O cardeal presidiu a Santa
Missa de beatificação na Basílica Catedral de Santa Colomba, em Rímini,
cidade italiana onde nasceu em 19 de agosto de 1961 a jovem que partiu
deste mundo em 1984, aos 22 anos de idade, atropelada por um carro em
alta velocidade.
A jovem leiga se preparava para o sacramento do
matrimônio com Guido Rossi quando sofreu o atropelamento e,
infelizmente, não resistiu. Ela e o futuro esposo pretendiam mudar-se
para a África a fim de fundar uma comunidade católica a serviço dos
“últimos entre os últimos”.
Quando Sandra tinha 4 anos, sua
família se transferiu para a casa paroquial de San Girolamo, cujo
pároco, o pe. Giuseppe Bonini, era irmão de sua mãe. Adolescente, Sandra
passou a manter um diário pessoal a partir de janeiro de 1972. Três
anos depois, conheceu o padre Oreste Benzi, fundador da Comunidade Papa
João XXIII, e seu carisma de servir aos “últimos da sociedade”. A jovem
tornou-se parte da comunidade. Foi o pe. Oreste, aliás, quem começou a
promover a causa de beatificação de Sandra, cujo testemunho de vida, a
seu ver, precisava constar entre o dos santos do nosso tempo.
A
hoje beata cursava Medicina e, como voluntária, atendia pessoas doentes.
Além disso, todos os dias rezava o terço e meditava sobre a Palavra de
Deus, alimentando uma profunda vida espiritual. Na virada de cada ano,
costumava fazer oração da meia-noite à 1h da manhã perante o Santíssimo
Sacramento.
Sandra tinha 20 anos quando conheceu Guido Rossi, que
tinha os mesmos propósitos de Sandra. Guido e ela noivaram. Em 29 de
abril de 1984, os noivos se dirigiam a mais um encontro da Comunidade
Papa João XXIII. Quando Sandra desceu do carro e aguardava para
atravessar a rua, um veículo que vinha na direção contrária a atropelou.
Ela foi rapidamente socorrida e levada a um hospital de Bolonha, mas
não pôde resistir às consequências do impacto brutal e entregou a alma a
Deus no dia 2 de maio.
Em 19 de julho de 2007, um homem italiano
de 41 anos, Stefano Vitali, viu-se curado inexplicavalmente de um câncer
em metástase, após ter rezado por intercessão de Sandra. Ele relatou a
sua história no livro “Eu vivo por um milagre”, publicado em italiano e
ainda sem tradução oficial para o português. O testemunho de Stefano foi
bastante divulgado. Em uma das entrevistas, ele afirmou que a sua cura
não foi somente física, mas principalmente espiritual, já que o exemplo
de vida de Sandra lhe apontou “o caminho para alcançar a serenidade e
realizar a minha vocação”.
E completou, a respeito da primeira
noiva em processo de canonização na história da Igreja: “Se ela
conseguiu isto comigo, que sou teimoso, mais ainda conseguirá com tantos
que vierem a encontrá-la no futuro”.
Na homilia da Missa de
beatificação, o cardeal Semeraro recordou uma ocasião em que Sandra
relatara à mãe a experiência de servir às pessoas com deficiência na
Comunidade Papa João XXIII. A então adolescente de 13 anos afirmou:
“Demos tudo de nós. São pessoas que eu nunca vou abandonar”. O cardeal
comentou, observando que o desejo de Sandra de servir aos pobres era
fruto do amor sem limites de Deus, em cujo mar “sem fundo e sem margens”
ela “havia mergulhado o coração”: “Amar é carregar o sofrimento do
outro”.
Beato Dr. José Gregorio Hernández Cisneros, o “Médico dos Pobres” da Venezuela
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Os
santos do nosso tempo permeiam com abundância todo o último século; em
alguns casos, o processo de canonização vai mais rápido, em outros
precisa de mais tempo devido às rigorosas etapas que a Igreja segue. No
caso do “Médico dos Pobres”, passaram-se quase 102 anos entre o seu
falecimento e a sua beatificação.
O dr. José Gregorio Hernández
Cisneros é conhecido na Venezuela como “O Médico dos Pobres” porque
dedicou a vida inteira ao serviço dos mais necessitados. Nascido em
Isnotú em 26 de outubro de 1864, ele foi reconhecido não só como um
grande médico, mas também como cientista, pensador e fervoroso católico
que, abertamente, colocava nas mãos de Deus toda a sua ação profissional
e humana.
Em 29 de junho de 1919, o doutor foi até uma farmácia
em Caracas a fim de comprar um remédio para um paciente idoso que
acabara de visitar. Ao sair, o médico dos pobres foi atropelado por um
dos raros veículos que circulavam na época. Socorrido rapidamente, foi
levado ao hospital e teve tempo de receber a Unção dos Enfermos, mas,
não resistindo às consequências do impacto, acabou falecendo pouco
depois.
A Santa Sé reconheceu em abril de 2020 um milagre
atribuído à intercessão do dr. Hernández. Em 19 de junho, o Papa
Francisco autorizou a Congregação das Causas dos Santos a dar andamento
ao processo de beatificação. Os restos mortais do dr. Hernández voltaram
a ser exumados em 26 de outubro de 2020. Seu túmulo no Cemitério Geral
de Caracas costuma ser visitado por grande número de devotos.
O dr. Hernández foi beatificado na Venezuela
em 30 de abril de 2021. A Celebração Eucarística da cerimônia de
beatificação foi presidida pelo cardeal Pietro Parolin, Secretário de
Estado do Vaticano e ex-núncio apostólico na Venezuela. O local da
cerimônia foi a igreja da Escola De La Salle, em Caracas, na mesma área
da capital venezuelana em que o “Médico dos Pobres” mais atuava.
Esteve
presente na Missa a jovem Yaxury Solorzano, que recebeu o milagre por
intercessão do então venerável José Gregorio Hernández. Participaram
ainda familiares do novo beato, um pequeno grupo de médicos e três
pessoas portadoras de deficiências, que representaram todos os doentes
devotos do “Médico dos Pobres”. Ainda durante a cerimônia foi
apresentada para veneração uma relíquia de primeiro grau do novo beato:
trata-se de fragmentos de ossos do dr. Hernández. Na manhã da
beatificação, tanto antes quanto depois da cerimônia, todas as dioceses
da Venezuela repicarão os sinos de cada templo.
Créditos: Facebook Cristo Protetor / Konce Agência - Leonardo Capitanio
A
maior estátua de Jesus Cristo do mundo está sendo construída na cidade
de Encantado (RS), no Vale do Taquari. “Tem Cristos maiores, mas
contando com o pedestal. Se formos ver só a estátua do Cristo, sem
considerar o pedestal, esta é a maior do mundo”, disse o gestor do
projeto Fabrício Medeiros. A construção desse monumento, afirmou, tem
como base três pilares, “fé, devoção e gratidão”.
O monumento
tem 43,5 m de altura, cinco metros e meio a mais do que o Cristo
Redentor, no Rio de Janeiro (RJ), que tem 30 m, mais o pedestal de 8 m. A
estátua do Cristo Protetor gaúcha tem 37,5 m de altura e o pedestal, 6
m. A envergadura da imagem, com os braços abertos, é de 39 m.
Medeiros se
uniu ao projeto em 1º de setembro de 2021. “Quando cheguei aqui, fiquei
impressionado”, disse à ACI Digital. “O Cristo tem expressão, está
olhando para você. Eu fui até o mirante, no coração do Cristo, e fui
tomado por uma emoção indescritível”.
O projeto
do Cristo Protetor é desenvolvido pela Associação Amigos de Cristo, uma
entidade sem fins lucrativos formada por voluntários. Medeiros foi
contratado pela associação. “Eu vinha de um projeto completamente
comercial e aqui é tudo por doação. Então, essa é outra coisa que me
instigou a vir para cá. Todo dinheiro empregado na obra é doação. Fora
os guias, que são remunerados, todo o pessoal é voluntário”.
O Cristo
Protetor recebe em média 1,5 mil pessoas por fim de semana para ver a
obra, com a doação de 20 reais “que está auxiliando também na
construção. E tudo isso é feito pelo serviço voluntário do pessoal da
Associação Amigos de Cristo”. Depois que “o Cristo estiver pronto e
estiver arrecadando”, contou, a Associação irá “reverter esses recursos
arrecadados para a comunidade, principalmente de Encantado, para ajudar
as instituições de caridade, a ideia de retornar para a comunidade”.
O monumento
não terá vínculo com nenhuma igreja, segundo Medeiros. O projeto “é
ecumênico” e será “aberto a todas as religiões”, mas, haverá uma capela
católica com uma missa por semana. “A comunidade de Encantado é muito
católica, muito religiosa, uma comunidade italiana bem apegada à
religião”, disse.
O Cristo
Protetor de Encantado tem o “coração aberto”. Uma abertura no peito da
estátua, em formato de coração, servirá como mirante, a 34 metros de
altura, possibilitando uma visão do Vale do Taquari. A abertura será
fechada com vidro e tem 3,30 metros de altura por 3,80 metros de
largura. Os visitantes terão acesso ao mirante por um elevador.
Inicialmente,
segundo Medeiros, o projeto era fazer apenas uma faixa, onde seria o
mirante. Mas, o escultor Markus Moura deu a ideia de fazer o coração.
Todas as noites, o coração de Cristo vai “pulsar” com uma iluminação especial.
Medeiros se
disse grato por trabalhar no projeto. “O Cristo hoje é muito maior do
que simplesmente uma estátua, a essência dele é muito maior. É Cristo,
dá sentido a tudo”, disse e acrescentou que “tudo o que pedimos, Ele
pode demorar um pouquinho, mas nos concede. De uma forma ou de outra,
Ele vai nos mostrando o caminho e isso é fabuloso”.
Segundo
Medeiros, a estátua do Cristo Protetor de Encantado deve ficar pronta em
fevereiro, mas, as obras de todo o complexo, só devem ser concluídas em
outubro.